Livros
O que melhor para falar de poesia do que falar de poetas?
Estranho jogo de palavras, mas não estranhas ideias, pois o que os poetas mais querem é que a poesia participe cada vez mais da vida das pessoas, que as pessoas cada vez mais se interessem pelo conhecimento do mundo que se descortina quando “viajamos” levados pelo despertar de refúgios de dentro de nós mesmos, que, geralmente, não identificamos ao longo de nossas vidas.
Mas essa tarefa, a de despertarmos em nós esse gosto, para a descoberta de nossos mistérios, só pode ter êxito quando somos estimulados de forma verdadeiramente eficiente por produções nascidas de almas abençoadas, que poderão fazer de nós pessoas mais sensíveis, portanto mais solidárias, mais tolerantes, mais amorosas, enfim.
Apresentação
Quando vamos ler um poema, é natural que não deixemos de lado uma certa preocupação com a literariedade, muitas vezes tomada como principal critério para uma avaliação. No entanto, convenhamos: o que queremos quando vamos ler um poema é encontrar ali um pouco das nossas buscas, descobrir alguma afinidade com alguns dos nossos segredos escondidos nos subterrâneos das nossas emoções.
E como é bom encontrar poemas que nos levam a esse estado de contemplação e descoberta, menos pelos arranjos de ordem sintática, estilística, fonológica, entre outros valorizados pela crítica, mas principalmente pela revelação do que nos faz humanos, e muito mais ainda pela constatação de que as coisas do coração são de fato as que nos aproximam dos nossos semelhantes e nos ajudam a fortalecer a alma para o enfrentamento do cotidiano cada vez mais opressor e infenso ao amor.